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Os Sephiroth, centros de vida, emanação, etc. não podem ser compreendidos num só plano, pois sua natureza é quadrupla já que estão divididos em quatro mundos:
1 – Atziluth, Mundo das Emanações, Mundo Divino, Arquétipo, espírito – elemento Fogo, regido por Kether. Constituído pelas Sephiroth Kether, Hochmah e Binah, formam o chamado Triângulo Logoico nominado cabalisticamente como a Casa do Pai”. É a partir deste centro a origem da Vontade – Vontade Primordial, o propósito original de onde ocorrem o ciclo de eventos e como na faze humana atual está pouco evoluída, encontra-se com os canais obstruídos os propósitos atuam a nível de inconsciência. Deste mundo nascem outros três mundos, e cada um contém uma repetição das Sephiroth, mas em uma escala descendente de brilho.
Neste mundo as dez Sephiroth se manifestam por meio dos Dez Nomes Sagrados de Deus, ou seja, o Grande Imanifesto, simbolizado pelos Três Véus Negativos da Existência, que estão além de Kether, portanto, pendem atrás da Coroa, manifesta-se em dez diferentes aspectos, representados pelos diferentes Nomes utilizados para denotar a Divindade nas Escrituras hebraicas.
Por aqui Deus age diretamente a não por meio de seus ministros como ocorre em Briah onde Ele opera através da mediação dos Arcanjos, em Yetzirah, através das Ordens Angélicas e em Assiah, através desses centros que chamados de Chakras Cósmicos – os planetas, elementos e signos do Zodíaco.
2 – Briah, Mundo das Criações também chamado Khorsia, o Trono, Mundo dos Arcanjos, Astral, mundo dos desejos – elemento Água, regido por Hochmah, esse mundo da criação também não se mescla em nada com a matéria. É formado por Hesed, Geburah e Tiphereth, formam o chamado Triângulo Ético nominado cabalisticamente como a Casa do Filho”. Esta região e conhecida como a esfera dos desejos, um termo que causa alguma confusão já que o desejo se refere a um elemento pacífico e o que se pretende aqui é uma mobilização no sentido de realizar a Vontade do Pai que é ativa. A Vontade recebe neste pondo o capital energético dos Sentimentos e como estamos tratando do Filho, que na Árvore é um espelhamento do Pai, a passividade pode fazer algum sentido ao vislumbrarmos que compete ao Filho fazer a Vontade do Pai.
Aqui as Emanações Divinas manifestam-se por meio dos Dez Poderosos Arcanjos, cujos nomes exercem um importante papel na Magia Cerimonial; são eles os vestígios gastos e apagados das Palavras de Poder que constituem os “nomes bárbaros de evocação” da Magia medieval” e que nenhuma das letras pode ser alterada já que no hebraico, uma letra é também um número, a os números de um Nome têm um significado importante pois há correspondência entre os nomes, palavras e números.
3 – Yetzirah, Mundo de Formação, Mundos dos Anjos, Mental – elemento Ar, é de uma substância menos refinada, mas continua sem intromissão de matéria. É constituído pelas Sephiroth Netzah, Hod e Yesod, formam o chamado Triângulo Mágico nominado cabalisticamente como a Casa do Espírito Santo”. Aqui a personalidade intelectual aporta a Forma para que uma realidade se irrompa no material, é o mundo dos pensamentos regido por Binah. Considerado em relação a Assiah é intitulado também como Mundo Etérico. Aqui a lógica e a razão são mobilizadas com vistas a promoção da Vontade e recebida pelos sentimentos, refere-se, portanto, da preparação para a conversão material das realidades intentadas pelo Real Ser e somatizadas pelas emoções.
Neste mundo as Emanações Divinas manifestam-se por meio de um único ser, mas através de diferentes tipos de seres chamados de Hostes ou Coros Angélicos. Aqui encontram-se os seres incorpóreos inteligentes que residem em uma envoltura ou vestimenta luminosa e só mudam por uma forma aparente quando se apresentam ou aparecem ao homem.
4 – Assiah, Mundo de Ação, Mundo Material– elemento Terra. Formado por Malkuth e no ser humano equivale ao corpo físico, a plasmação final dos mundos anteriores. Trata-se da fase de realização dos propósitos iniciais que passaram por todas as etapas: Vontade-Fogo, somatização dos Sentimentos-Água, planejamento pela Inteligência-Ar se cristaliza, torna-se realidade, portanto, tem materialização física em conformidade com as etapas יהוה – “Yod-He-Vô-He”. No plano físico os Sephiroth são representados pelos Chakras cósmicos ou planetas.
Assiah não é propriamente o mundo da matéria, embora seja assim considerado, mas se encarado sob o ponto de vista Sephirótico refere-se ao plano astral e etérico inferior que formam a base da Matéria. No plano físico está relacionada aos Dez Chacras Cósmicos que correspondem aos centros que existem no corpo humano e poderíamos relaciona-los como: Primeiro Mobile ou Redemoinho, a Esfera do Zodíaco, os sete planetas e os quatro elementos de Malkuth.
Neste Mundo da Ação também se encontra, sob a crosta da terra, o chamado Mundo das Cascas, das Conchas ou dos Invólucros, Olahm Ha-Qliphoth, simplesmente o Mundo da Matéria, que nasce dos elementos mais grosseiros dos outros três mundos. E também os espíritos maléficos chamados pela Kabalah de “conchas, cascas ou invólucros”, ou seja, Qliphoth, material de conchas. Os chamados “diabos” estão divididos em dez classes e têm seus habitats correspondentes nas esferas inferiores ou negativas.
Segundo outro método de classificação, as Dez Sephiroth Sagradas figuram em cada Mundo Cabalístico num outro arco ou nível de manifestação começando por AIN SOPH AUR, a Luz Ilimitada do Imanifesto que concentra um ponto que é Kether onde as emanações operam em sentido descendente, através de graus progressivamente até alcançar em Malkuth. Assim Malkuth, em Atziluth, dá origem a Kether de Briah, a assim consecutivamente através dos planos, o Malkuth em Briah dá origem a Kether de Assiah, e o Malkuth de Assiah, em seu aspecto inferior, terminando com as Qliphoth.
De outro modo, podemos concluir que cada Sephirah se compõe:
1) Atziluth (Mundo das Emanações; o Mundo Divino) – de um aspecto especial da Divindade. O Deus como Ele é, em Sua Integridade, está absolutamente oculto atrás dos 3 Véus Negativos da Existência, sendo, por essa razão, incompreensível à consciência humana não-iluminada;
2) Briah (Mundo da Criação, também chamado Khorsia, o Mundo dos Tronos) – lugar, de uma Consciência Arquiangélica, ou Trono;
3) Yetzirah (Mundo da Formação a dos Anjos) – uma hoste angélica de seres, Devas ou Archons, Principalidades ou Poderes, de acordo com a terminologia empregada e,
4) Assiah (Mundo da Ação, o Mundo da Matéria) – de um chacra cósmico (planeta).
Em cada um dos mundos-elementos os Sephiroth se organizam dentro da fórmula citada conforme segue:
Mundo das Emanações (Fogo) temos: Kether (Fogo): Fogo do Fogo; Hochmah (Água): Água do Fogo; Binah (Ar): Ar do Fogo;
Mundo das Criações (Água) temos: Hesed (Fogo): Fogo da Água; Geburah (Água): Água do Água; Tiphereth (Ar): Ar do Água;
Mundo de Formação (Ar) temos: Netzah (Fogo): Fogo do Ar; Hod (Água): Água do Ar; Yesod (Ar): Ar do Ar;
Cabe pontear ainda que do mesmo modo os signos do zodíaco estão relacionados aos quatro elementos a saber:
Fogo: Áries (Fogo do Fogo), Leão (Água do Fogo) e Sagitário (Ar do Fogo) – Que emanam a Vontade, iniciativa, entusiasmo;
Água: Câncer (Fogo da Água), Escorpião (Água do Água) e Peixes (Ar da Água) – De onde fluem os sentimentos, as emoções, instintos, subjetividade;
Ar: Libra (Fogo do Ar), Aquário (Água do Ar) e Gêmeos (Ar do Ar) – Produtores do pensamento, lógica, razão, entendimento;
Terra: Capricórnio (Fogo do Terra), Touro (Água do Terra) e Virgem (Ar da Terra) – Que se traduz em estabilidade, cristalização, responsabilidade, sentido prático.
Cabe observar uma peculiaridade que tange a Hesed e Netzah. Inicialmente temos que ambos é o “Yod” o Fogo de seu mundo como resultado do Mundo imediatamente superior ao seu. Assim, Hesed é o fruto, o segundo “He” da operação realizada no Mundo de Atziluth pelas Sephiroth Kether, Hochmah e Binah ao passo que Netzah é o fruto, o segundo “He” da operação realizada no Mundo de Briah pelas Sephiroth Hesed, Geburah e Tiphereth.
O Fogo é simbolizado por um triângulo Vermelho (que lembra a ponta de uma chama), a Água pela meia lua (formação que ocorre nas rochas com a passagem da Água), o Ar por um círculo azul (o ar move-se em círculos e nossa atmosfera é azul) e pôr fim a Terra por um quadrado amarelo – representa a estabilidade e o não perecimento do ouro.
Embora, como já afirmamos, não seja este o tema deste Tomo já é possível compreender o esquema da árvore que trata da triplicidade entre os Sephiroth, elementos, signos, etc.
Um dos objetivos da criação do nosso sistema solar consistiu-se em misturar as essências zodiacais de modo que dessa mistura saia uma nova realidade, ou seja, o nosso universo com sua configuração no macrocosmo e seus reflexos no microcosmos. Os planetas são os encarregados de mesclar estas essências zodiacais também instaladas em nossos corpos, de modo que que essa agitação possa sair igualmente e se refletir em nosso pequeno universo. Algumas destas mesclas nos dão a sensação de bem-estar, de prazer, de felicidade, mas outras se repelem e nos impulsionam a fugir, a nos livrarmos de seus conglomerados
Estas mesclas ocorrem quando dois ou mais planetas ativam um determinado ponto de nosso espaço físico, mental, ou emocional de modo que não basta estudar a posição de um planeta no signo ou na Casa terrestre em que se encontra instalado, mas é preciso também estudar a sua relação com os demais planetas. Esta relação consignada entre dois planetas se conhece, em astrologia, com o nome de aspecto. Assim, pois, uma vez localizados os planetas na roda ou mandala zodiacal, deve-se inicialmente ver se estão ou não relacionados, ou seja, se fazem ou não aspectos entre si.
Esses aspectos podem ser de dois tipos: harmoniosos e descontrolados (impetuosos, violentos).
Quando a relação entre dois planetas é harmoniosa, dizemos que suas vibrações se interpelam positivamente entre si, originando um impulso adequado à situação que se está vivendo. Trata-se de um impulso que será aceito favoravelmente, tanto por parte de nossa vontade, como por parte da sociedade que nos rodeia. Um bom aspecto, é uma garantia de progresso no domínio em que este aspecto se produz.
Por outro lado, um aspecto violento, desarmônico, ou ruim, põe à disposição da vontade uma quantidade excessiva de energia impossível de canalização por meio de um condutor ordinário, de modo que dá origem a um ato desmensurado, fora da órbita. Por outro lado, a mistura de energia que produz um mau aspecto, integra energias que não podem coexistir no mesmo molde, no mesmo plano e, portanto, tendem a liberar-se. Isto leva o indivíduo, objeto desta energia a lançar-se fora deste escopo, liberar-se desta situação, por todos os meios possíveis. Daí que os maus aspectos produzam atitudes incoerentes, anormais, antissociais, sempre prejudiciais tanto para o indivíduo como para sociedade.
O Zodíaco tem 360 Graus, cuja a metade será, pois, 180 graus; e esse será ponto máximo de separação em que podem se encontrar dois planetas. Eis que, considerando-se que um esteja localizado a 0º e o outro estará a 180º. Assim, quando este avance mais 1º, já não se encontrará a 181º de separação, mais a 179º, ou seja, estará em vias de retorno. Então o avanço ou ida vai de 0º a 180º e o que passa daí resume-se em retorno em direção ao 0º.
Assim, quando dois planetas se encontram separados por 180º, se diz que estão em oposição. Ou seja, a máxima tensão que pode existir entre eles e os maus aspectos derivam desta oposição. Desta forma dizemos que se dois planetas estão separados por uma metade de 180º, isto é 90º ou por um quarto 45º afirmamos que os aspectos formados são maus ou negativos. Assim, se dois planetas formam maus aspectos entre si haverá separação de:
45 graus, aspecto chamado semiquadratura;
90 graus, quadratura;
135 graus (90+45), sesquiquadratura e,
180 graus, oposição
De outro lado, os bons aspectos, ou harmônicos, decorrem da divisão do zodíaco em terços. Isto decorre do fato de que os três signos de um mesmo elemento que figuram no zodíaco estão separados entre sim por um terço do curso. Um terço supõe 120º, eis que 120+120+120=360.
Podemos constatar, na mandala dos signos, que de Áries a Leão mede-se 120 graus; de Leão a Sagitário, outros 120 graus, ou seja, os três signos que fazem parte da trilogia de fogo e, o mesmo acontece com os signos de água, de ar e da terra.
Isso significa que, a 120 graus de distância, a partir de um ponto qualquer, ele se encontrará outro ponto que pertence ao mesmo elemento (Fogo, Água, Ar, Terra), ou seja, um ponto de afinidade, em harmonia. O resto dos bons aspectos igualmente derivará do terço e a sua metade será a sua quarta parte (120º, 60º e 30º). Assim, que teremos dois planetas farão bons aspectos se entre eles há uma separação de:
30 graus, aspecto chamado Semissextil.
60 graus, aspecto chamado sextil.
120 graus, aspecto chamado trígono.
150 graus, (120+30), quincúncio.
Há ainda o aspecto da conjunção, que se refere a sobreposição de dois planetas no mesmo ponto do zodíaco. O aspecto conjunção será favorável se os planetas são harmônicos entre si (amigos) e desfavorável se são inarmónicos (inimigos).