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INTERPRETAÇÃO DO EVANGELHO DE MATEUS
INTERPRETAÇÃO DO EVANGELHO DE MATEUS

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A GENEALOGIA DE JESUS

 

“O livro da genealogia de Jesus, o filho de Abraão. Abraão gerou a Isaac, Isaac a Jacó; Jacó, a Judá e a seus irmãos.”

Abraão, o primeiro, significa o “pai da multidão”. Isso também significa que nós, espíritos virginais, viemos do Pai Celestial para o Jardim do Éden, no mundo etéreo. É a mesma história de Adão e Eva, que representam os pólos masculino e feminino da humanidade.

Isaac quer dizer “alegria”, pois nesses dias da infante humanidade tudo era felicidade no Jardim do Éden, antes de descermos mais na materialidade.

Isaac gerou a Jacó, que significa “o que supera”, ou seja, essa condição de felicidade foi superada por outra não tão feliz, prenunciando o drama cósmico da queda.

Jacó gerou a Judá e seus irmãos. Judá quer dizer “louvor”, ou seja, a humanidade continuava a louvar a Deus mesmo depois de as condições de felicidade plena terem sido superadas.

“Judá gerou de Tamar a Perez e a Zerá; Perez gerou a Esrom; Esrom a Aarão.”

Perez quer dizer “quebra”, significando o tempo em que nossos ancestrais comeram da Árvore do Conhecimento, causando a queda do ser humano simbolizada pela expulsão de Adão e Eva do Paraíso, o Jardim do Éden.

Tamar, a mãe de Perez e Zerá (nascer do Sol) significa “palmeira”, que possui ambos os órgãos sexuais masculino e feminino. Interpretado esotericamente, a “queda” se deu após a divisão da humanidade em sexos e quando o Sol apareceu claramente pela primeira vez no antigo continente Atlante. Por ser um símbolo de fertilidade, a palmeira indica também que a humanidade tomou em suas mãos o uso da função criadora.

Perez gerou a Esrom, que quer dizer “casa”, ou seja, a primitiva humanidade começou a construir corpos densos, que eram habitações para seus espíritos, por conta própria. Aarão quer significar “bairros da Síria e Mesopotâmia”, onde Mesopotâmia significa “o país de dois rios”, os pólos sexuais da humanidade, através dos quais foi acelerada a descida da consciência do ser humano na Região Química da Terra.

“E Aarão gerou Aminadabe; Aminadabe a Naassom e Naassom a Salmon.”

Aminadabe significa “familiar dos príncipes”, o que quer dizer que em um certo tempo de nosso desenvolvimento recebemos a ajuda de hierarquias espirituais, descritas como príncipes, em nosso aprendizado.

Aminadabe gerou Naassom, que significa “alquimista”. Como um resultado daquela ajuda mencionada acima, alguns seres humanos puderam realizar práticas alquímicas, na tentativa de buscar o ouro espiritual.

Salmon foi gerado a seguir por Naassom. Salmon quer dizer “traje”. As práticas alquímicas puderam gerar o Traje dourado de bodas, ou seja, o desenvolvimento dos éteres superiores.

“Salmon gerou de Raabe a Boaz; este, de Ruth gerou a Obede; e Obede, a Jessé.”

Boaz significa “força”, que nos é proporcionada pelo traje de bodas, pois pode atravessar obstáculos sólidos, se deslocar no espaço, etc. É dito que Boaz é filho de Raabe, uma prostituta. Isso significa que o princípio feminino da força criadora, usado ainda pela humanidade principalmente para gratificação dos sentidos, quando conservada e usada para a regeneração, confere aquela força ao indivíduo.

Obede significa “veneração”, pois quando atingimos esse estágio na evolução, veneramos verdadeiramente a Deus. Obede é filho de Ruth, que significa “amiga”, mostrando que o princípio feminino é um grande amigo dos que evoluem, quando usado para a regeneração.

Jessé significa “um presente”. Quando produzimos Jessé em nós mesmos, oferecemos um presente a Deus, ao serviço dos demais.

“E Jessé gerou a David, o Rei; e David o Rei gerou a Salomão, da que fora mulher de Urias.”

O passo seguinte ao de dedicar nossas vidas ao serviço desinteressado é o de nos tornarmos David, “o amado de Deus”. Seremos então reis e sacerdotes, trabalhando ao longo das linhas físicas e espirituais. O significado esotérico de Salomão é “paz e sabedoria”. A mãe de Salomão, Betsabá, significa “a filha do juramento”. A paz e a sabedoria é o que alcançamos quando é feito o voto e cumprido de ter a natureza inferior de nosso ser a serviço da natureza superior.

Esta primeira parte da genealogia acima apresentada mostra o desenvolvimento místico ou o desenvolvimento espiritual obtido quando a Força da Vida sobe através do coração (místico). A segunda parte (versículos seguintes) irá mostrar o desenvolvimento obtido quando a Força da Vida sobe pela coluna vertebral até a cabeça (kundalini).

“ E Salomão gerou a Roboão; Roboão a Abias; Abias a Asa.”

Salomão, o princípio da sabedoria, gerou Roboão, que significa o que engrandece o povo. O povo simboliza a consciência ordinária da massa. Por conseguinte, quando adquirimos sabedoria, nossa consciência comum cresce.

Abias significa seguinte e Asa, médico. Isso quer dizer que o que se segue à expansão de consciência é a necessidade do homem aprender a curar-se a si mesmo, já que a enfermidade seguiu-se ao uso indevido da função criadora. A humanidade aprende, pelas consequências, a conhecer a Lei de Causa e Efeito.

“Asa gerou a Josafá; Josafá, a Jorão; Jorão a Uzias.”

Josafá significa Jeová julga. A humanidade começa a perceber a justeza da Lei Mosaica, que é a expressão da Lei de Causa e Efeito e a oportunidade de trabalhar sobre as consequências da Lei (karma). Jorão quer dizer exaltação a Jeová, por Sua justeza. Ozias significa Jeová é a minha força, um reconhecimento que só somos alguma coisa em Deus.

“Uzias gerou a Jotão; Jotão a Acaz: Acaz a Ezequias.”

Uzias quer dizer Deus é perfeito e simboliza o despertar da consciência humana a respeito da perfeição de Deus. Acaz quer dizer ele foi capturado e Ezequias ele foi fortalecido por Deus, ou seja, o Espírito que foi capturado por Deus é n’Ele fortalecido.

“Ezequias gerou a Manassés; Manassés a Amon; Amon a Josias.”

Manassés significa o que promove o esquecimento. A humanidade tem a tendência a esquecer seu passado espiritual. A Bíblia diz que após o período da história hebraica indicada por Manassés os judeus foram levados à Babilônia. Isso significa que a mente desce a um estado de consciência inferior. Entretanto, a mente é o ponto de apoio do Espírito e mais cedo ou mais tarde será espiritualizada. Amon significa exatamente o mestre obreiro, que seria função para a qual a mente foi criada para dar suporte ao Espírito. Josias quer dizer apoiado por Deus, que é a meta da mente de adquirir a consciência superior.

“Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia. Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; Salatiel a Zorobabel. Zorobabel gerou a Abiúde; Abiúde a Eleaquim; Eleaquim, a Asor”.

Jeconias significa Deus estabelece. A mente é levada à tentação na Babilônia, mas quando clama por Deus, o significado de Salatiel, atinge à consciência superior. Isso mostra que quando a mente cai, clamamos por Deus para que possamos entender porque fomos tentados e assim não cairmos mais em tentação. Zorobabel significa nascido na Babilônia, indicando a experiência adicional que ganhamos com a mente durante o período em que foi prisioneira da consciência inferior. Como um resultado, há um maior entendimento da majestade de Deus, simbolizado por Abiúde – meu pai é majestade. A humanidade fica então mais firmemente estabelecida, o significado de Eliaquim, o que é feito com a grande ajuda de seres espirituais, o significado do nome Azor.

“Azor gerou a Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim a Eliúde.”

Sadoc quer dizer justeza, da qual Aquim é o produto. Achim é o mesmo que Joaquim, o segundo pilar do Templo de Salomão, sendo Boaz o outro pilar, descrito no caminho místico. São esses dois caminhos pelos quais ascende o fogo da coluna espinhal para a regeneração do corpo, sendo este o do caminho ocultista, com a ajuda do Deus de Judá, o significado de Eliúde.

“Eliúde gerou Eleazar; Eleazar a Matã; Matã a Jacó; Jacó a José, esposo de Maria, dos quais nasceu Jesus.”

Eleazar significa Deus ajudou. Matã quer dizer um presente. Jacó significa o que suplantou e José, a vara que floresceu. Coletivamente, significam que o Deus de Judá ajudou à humanidade a dar um presente a Deus, cujo processo resultou na vara que floresceu, ou seja, a Força da Vida ascendeu pela coluna espinhal até a cabeça. José, a mente espiritualizada, uniu-se à Maria, o mar, o coração puro, gerando o Menino Jesus.  O Filho foi cristianizado com o Poder de Deus, que desceu como uma pomba.

A Visita dos Reis Magos

Os reis Magos representam as raças que se desenvolveram nos vários continentes e que foram conduzidas pela Estrela ao Salvador do Mundo para adorá-Lo. É possível também relacionar os Reis Magos aos grupos humanos correspondentes às Épocas Lemúrica, Atlante e Ária. Os Reis Magos, guiados pela Estrela, chegaram ao menino, que estava em uma manjedoura de um estábulo, cercado por animais de criação.  A humildade, a fé e a reverência comprovavam que eram verdadeiramente homens sábios (em inglês, os Reis Magos são conhecidos como “Homens Sábios”). Ofereceram então seus presentes, o ouro, a mirra e o incenso, que simbolizavam respectivamente, a completa dedicação do espírito, da alma e do corpo. Gaspar, o Rei de Tarso, ofertou o ouro, Melquior, o Rei da Arábia, ofertou o incenso e Baltazar, de Sabá, ofertou a mirra. Os Reis Magos, tinham idades diferentes. Gaspar era bem idoso, Melquior de meia-idade e Baltazar bem novo. A idade simboliza esotericamente a conquista já realizada na evolução. As almas velhas são consideradas as mais evoluídas e as mais jovens os que ainda têm um caminho evolutivo mais longo à sua frente. Assim, os Reis Magos representariam os grupos humanos correspondentes às Épocas Lemúrica, Atlante e Ária e seus remanescentes atuais. O caminho da Transmutação para o neófito, chamado de Transfiguração, está delineado na história dos Reis Magos.

Os três Reis Magos representam os três pares adicionais de nervos da região sacra que nos diferenciam dos animais, que possuem 28. Desse modo nos sintonizamos com o calendário solar, diferentemente dos atlantes, que estavam sintonizados com o calendário lunar. O aspirante espiritualizará esses pares de nervos em dado momento em seu caminho. O Oriente representa a região inferior do corpo e Belém (casa do pão) simboliza o plexo solar ou a “manjedoura”, onde o dá o nascimento da Consciência Crística, quando as forças criadoras passam a ser economizadas para uso a favor da espiritualidade.

Tendo ouvido isso, alarmou-se o Rei Herodes e, com ele, toda Jerusalém. Herodes representa a natureza inferior. No início, a natureza inferior ainda tem forte controle sobre o aspirante. A natureza inferior fica naturalmente preocupada com qualquer avanço da natureza espiritual, com a qual está em permanente confronto. Busca assim informações com as faculdades do corpo (sacerdotes e escribas), para saber como combater essa nova qualidade espiritual. A natureza inferior sabe que a Consciência Crística significa o desfazer da sua supremacia e assim procura destruí-la antes que atinja poder e maturidade.

Cristo diz que Belém, terra de Judá, não é de modo algum a menor entre as principais de Judá, porque dela sairá o Guia que há de apascentar o Seu povo, Israel. “Meu povo de Israel” representa aquelas partes do ser ou consciência, que são construtivas. A vida de Cristo Jesus é reencenada tanto fisiologicamente quanto espiritualmente dentro do aspirante à vida superior. Portanto, aquele princípio Crístico nascido na “manjedoura” do corpo, crescerá em seu devido tempo, ascenderá e regerá por fim todas as partes construtivas do ser.

 Herodes, tendo chamado secretamente os magos, inquiriu deles com precisão quanto ao tempo em que a estrela aparecera. E enviando-lhes a Belém, disse-lhes: Ide informar-vos cuidadosamente a respeito do menino e, quando o tiverdes encontrado, avisai-me, para eu também ir adorá-lo.

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Essa estrela é algo que deve ser formado dentro do aspirante e que permitirá que os “Reis Magos” levem seus preciosos presentes do “oriente” para o “ocidente”, que simboliza a cabeça, onde se dá o processo de Iniciação. Também é verdade que a força criadora que leva esses presentes é a mesma que dá a Herodes existência e força.  O pensamento da natureza inferior é traiçoeiro, mas a mesma força que a alimenta é a que está presente no processo de regeneração.

Depois de ouvirem o Rei Herodes, os Reis Magos partiram e eis que a estrela que viram no Oriente os precedia, até que chegando, parou sobre onde estava o menino. E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo.

A partida dos “Reis Magos” de “Herodes” (regiões inferiores), seguindo a estrela, representa um processo fisiológico que se passa no corpo. Esse processo se dá de acordo com as fases da Lua, conforme descreve o Conhecimento Rosacruz. Há, certamente, um grande júbilo quando a força dos “Reis Magos” é posta em atividade dentro do templo do corpo.

Entrando em casa, os Reis Magos viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra.

Os presentes trazidos pelos Reis Magos representam as forças ou qualidades resultantes da espiritualização dos três pares adicionais de nervos. O primeiro presente, o ouro, representa a sabedoria adquirida com essa espiritualização. O segundo, o incenso, representa a espiritualização do corpo, agora a serviço do Eu Superior. A mirra, o terceiro presente, representa a pureza, um atributo essencial da alma e um requisito primordial para o processo de regeneração por que passa o aspirante em seu caminho.

A Fuga para o Egito

A fuga para o Egito, representa a atração imposta ao aspirante pela vida sensorial. O Evangelho de São Mateus mostra o Caminho do aspirante logo após o nascimento do Cristo Interno. Já São Lucas não descreve a fuga para o Egito, por ser um Evangelho relacionado a um grau mais elevado da realização espiritual. Há sempre um período probatório e de teste para cada grau de Iniciação, inclusive para o neófito.

Sendo por divina advertência prevenidos em sonho para não voltarem à presença de Herodes, José, Maria e o menino regressaram por outro caminho para sua terra. Tendo eles partido, em que aparece um anjo do Senhor e diz a José: Dispões-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar. Dispondo-se Ele, tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito e lá ficou até a morte de Herodes para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor, por intermédio do profeta: “Do Egito chamei o meu filho.

A volta da criança para o Egito indica a volta do neófito para sua condição de obscuridade. Isso acontece não apenas uma vez, mas muitas vezes em nossa carreira espiritual, e continuará a ocorrer até que Herodes ou a natureza inferior não viva mais em nós. Todos estamos em obscuridade espiritual até que o Cristo menino nascido em nós cresça e se fortaleça o suficiente para nos levar à Luz. Nosso Deus interior nos chama para fora do Egito, para sairmos de nossa obscuridade espiritual para a luz do entendimento e da iluminação.

Vendo-se iludido pelos magos, enfureceu-se Herodes grandemente e mandou matar todos os meninos de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo, conforme o tempo com o qual com precisão se informara dos magos.

É entendimento oculto que são necessários três anos e meio para se completar o processo fisiológico de regeneração. Por essa razão Herodes só sacrificaria crianças de até dois anos. Após esse tempo, o impulso espiritual tornar-se-ia forte o suficiente para resistir à natureza inferior. A morte das crianças por Herodes representa as tentativas da natureza inferior de destinar toda a força das emoções para a sensualidade.

Então se cumpriu o que fora dito por intermédio do profeta Jeremias: Ouviu-se um clamor em Rama, pranto e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos, inconsolável, porque não mais existem. Raquel ou nossa natureza emocional superior chora por termos cedido à natureza inferior e permitido que Herodes matasse os filhos espirituais, por meio da gratificação dos desejos inferiores. Esse desperdício da força vital não nos traz senão dor e sofrimento, especialmente ao pólo feminino do ser. Não haverá progresso no caminho espiritual enquanto for permitido a Herodes matar essas crianças. Tendo Herodes morrido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José do Egito e disse-lhe: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel, porque já morreram os que atentavam contra a vida do menino.

José representa a cabeça e Maria o coração. Quando a mente percebe que a natureza inferior está morta ou foi conquistada, ela sabe que pode tirar a criança do Egito. É um passo definido e distinto na vida do aspirante e que muito poucos atingem em uma só vida. A partir daí, um grande progresso é conseguido, sem as batalhas entre o Eu Superior e o inferior.

Dispôs-se ele, tomou o menino e sua mãe e regressou para a terra de Israel. Tendo, porém, ouvido que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai, Herodes, temeu ir para lá e, por divina advertência, prevenido em sonho, retirou-se para as regiões da Galiléia. E foi habitar em uma cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito, por intermédio do profeta: Ele será chamado Nazareno.

Os versículos finais do Capítulo 2 nos dizem que a força espiritual de regeneração não é trazida diretamente a Jerusalém, que representa a cabeça. Há um processo a ser seguido em que a força vital sobe lentamente, desde as partes inferiores do corpo até a cabeça. A Galiléia, onde se situava a cidade de Nazaré, representa essas partes, pois não era considerada entre as regiões mais nobres pelo povo de então. Portanto, o princípio Crístico deve habitar e espiritualizar as partes mais humildes de nosso corpo até que possa ser elevada a Jerusalém, o passo final de um processo gradativo de iluminação.

A Pregação de João Batista

Naqueles dias apareceu João Batista, pregando no deserto da Judéia e dizia: “Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus. Porque é este o referido por intermédio do Profeta Isaias: Voz que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitar as suas veredas”.

João Batista era o ser mais elevado em realização espiritual anterior à vinda de Jesus. João formou a primeira Escola Esotérica lidando com interpretações mais profundas dos Mistérios Cristãos para preparar os pioneiros para a Idade de Peixes, a que nos encontramos atualmente. Como Jesus, João era filho de pais iniciados, Zacarias e Isabel. O filho de Zacarias e Isabel representa a iluminação mental. Segundo o Evangelho de São Lucas, Zacarias era mudo antes de a criança nascer. Todos somos mudos no sentido espiritual antes do nascimento da mente espiritualizada. Era o dever de Zacarias queimar o incenso no Templo, isto significa que devemos continuamente purificar o corpo, o Templo do Espírito, antes que se dê o nascimento de João, a mente iluminada. Com o nascimento de João, Zacarias recuperou a fala. Só com o nascimento da mente iluminada podemos proferir palavras com sabedoria.

João Batista representa a iluminação mental e por isso que se diz que Ele deve vir primeiro. Torna-se necessário algum entendimento no que diz respeito à regeneração antes que se possa prosseguir inteligentemente. Devemos primeiro despertar nossas faculdades mentais para a necessidade de purificar nossos corpos antes que levantemos a força de Cristo em nosso interior. “João” prega às faculdades em nosso corpo ainda não regenerado (deserto), para que esse deserto seja transformado no Reino dos Céus. João nos diz que devemos preparar o caminho do Senhor, o caminho para a força de Cristo, e endireitar suas veredas (esse caminho). Devemos, pois, purificar adequadamente nossos corpos e então levantar a força de Cristo no reto caminho da regeneração, usar o conhecimento para preparar o caminho daquele que, em verdade e de coração, a isso aspira.

As vestes de pelo de camelo aparecem para significar o veículo do Iniciado, enquanto o cinto de couro revela o fato de que o uso das forças criadoras era restrito, poupando-as para elevá-las ao longo da coluna espinhal. Os gafanhotos simbolizam essa mesma Força Vital poupada. Sabemos como os gafanhotos podem ser destrutivos, assim como as forças criadoras podem ser desperdiçadas. Comer os gafanhotos simboliza o controle dessa força para uso construtivo. Essa força animal, uma vez conquistada e usada para a regeneração, para crescimento do poder espiritual, torna-se doce, o que é simbolizado pela ingestão do mel silvestre.

Através da iluminação mental, podemos batizar ou limpar todas as partes de nosso ser com a mística água do Rio Jordão, que representa a Força Vital ascendendo o canal da medula. E é o Cristo Interno que dirige a Força do Rio Jordão na purificação de nosso ser.

Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira divina? Produzi, pois, fruto digno do arrependimento. E não comecei a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão, porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. Já está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore que, pois, não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.

A “ira divina” é uma referência à Lei de Causa e Efeito, pois devemos pagar em algum momento pelo mal que cometemos. João diz aos fariseus e saduceus que não é possível a evasão à Lei de Conseqüência e assim é necessário produzir frutos dignos do arrependimento, ou seja, devemos produzir atos construtivos e de benevolência que compensem esses maus atos. A verdade transmitida aos fariseus e saduceus é a de que somente os atributos espirituais e os suscetíveis à espiritualização perduram. Os demais devem ser cortados pelo machado do espírito e queimados no fogo da purificação.  João diz também que não podemos contar com nossa origem divina, mas devemos mostrar essa divina origem nas vidas que vivemos. João diz ainda que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão, mostrando nossa origem desde o Período de Saturno, quando estávamos em um estado similar ao mineral e todo o trabalho realizado até o Período Terrestre, quando passamos a possuir uma cadeia completa de veículos e que até essas pedras podem continuar evoluindo e nós podemos ficar estagnados em nossa Evolução, se não vivermos a vida.

O Batismo de Jesus

João diz: Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias eu não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. A sua pá ele a tem na mão e limpará completamente a sua eira; recolherá seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível.

João representa a iluminação mental e assim é capaz de conservar a “água da vida” e “batizar” as faculdades do corpo com essa força poupada. Entretanto, o que vem depois dele, o coração purificado ou o princípio do amor, simbolizado por Cristo, é capaz de fazer descer o poder do Espírito Santo, em um Batismo Espiritual. Nessa alegoria, nos é transmitido que um coração puro é superior a uma mente iluminada. O coração puro é capaz de “limpar completamente a eira” ou purificar inteiramente o ser, salvando todos os bons atributos e “queimando” os maus no fogo da consciência e do remorso. João diz que ele não é digno de levar as sandálias do Senhor, que representa o coração purificado, mostrando por esse símbolo a superioridade do coração purificado sobre a mente iluminada.

Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galiléia para o Jordão, a fim de que João o batizasse. Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por Ti e Tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o admitiu.

Conforme já dissemos, o Rio Jordão representa o “rio” que flui em nossa coluna vertebral. A vinda de Jesus a João para ser batizado simboliza o fato de que o coração permite à mente dirigir as águas da vida pela coluna acima, passando pelo coração. Esse é o caminho do místico, para distinguir do caminho do ocultista. O ocultista levanta a força vital pela coluna até o cérebro. O método do ocultista é muito mais perigoso que o método do místico. Por isso o método sugerido é o de buscar um equilíbrio entre esses dois caminhos.

Batizado Jesus, saiu logo da água e eis que se lhe abriram os Céus e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos Céus, que dizia: Este é o meu filho amado, em quem me comprazo! Essa passagem representa a realização que a humanidade alcançará na Sexta Raça, quando a separatividade dará lugar à unidade, todas as raças se unirão em uma só e todos os seres humanos buscarão o bem dos demais antes do seu.

Quando a força do “rio da vida” batiza ou inunda o coração do místico puro, ele literalmente sai de seu corpo. Torna-se um filho de Deus em seu sentido mais verdadeiro, porque sua personalidade fica inteiramente submetida à consciência do Cristo. Também se pode interpretar, em um sentido mais histórico, que Jesus deixou seu corpo, no Batismo, para ser usado por Cristo em Sua Missão. Cristo deixou o corpo de Jesus quando foi crucificado e disse: “Está consumado”, indicando o fim de Seu trabalho. No momento do Batismo, Jesus ascendeu aos mundos celestes e ouviu a voz que dizia: Este é meu Filho amado!

Quando nos tornamos puros o suficiente para ser obtida a libertação do corpo denso, a personalidade faz retornar o corpo ao Cristo Interno, que se torna então o regente de nosso ser. O Cristo Interno nos ajuda na obtenção da capacidade de entrar e sair de nosso corpo de acordo com nossa vontade. O Batismo significa a elevação do indivíduo acima das águas da geração. Portanto, o aspirante ao Batismo faz um voto de pureza, é a promessa de que o eu inferior irá servir ao Eu Superior.

A Tentação de Jesus

o diabo tem dois significados, de um ponto de vista externo, o diabo é Lúcifer que, por causa da ambição, caiu e foi exilado, junto com outros anjos caídos, para o planeta Marte. De um ponto de vista interno, o diabo é a natureza interna de um ser humano enquanto está sob a influência das vibrações luciferianas. Por essa razão, o plano de salvação conforme ensinado pela Igreja é projetado para que se tenha controle sobre o corpo de desejos, pois somente dessa maneira o diabo pode ser superado.

A tentação é um dos mais potentes fatores para o crescimento anímico e ante ela nos deparamos a todos os momentos. Não é a tentação em si, mas sim a forma pela qual reagimos a ela que revela qual o nosso grau de realização espiritual. Na oração do Pai Nosso, conforme nos explica o Conceito do Cosmos, o Espírito Humano profere sua oração, “não nos deixei cair em tentação”, pedindo por sua contraparte, o corpo de desejos, ou seja, pedindo que nossa reação seja a de não ceder ao estímulo por meio do qual estamos sendo tentados e não que fiquemos livres desse estímulo. A tentação é tríplice em sua natureza, podendo ser dirigida ao corpo, à mente e ao espírito, como revela esse capítulo do Evangelho de São Mateus.

 “O poder também parece desejável para a maioria da humanidade. Portanto, o conhecimento de que por meio do poder interno Ele poderia gratificar esse desejo também constituía uma tentação. Unicamente do ponto de vista humano de Jesus, poderia o Getsemani ter sido tão terrível para que ele desejasse evitar o calvário que se apresentava. Portanto, não devemos julgar baseado no fato de que ninguém sabe onde o sapato aperta, a não ser aquele que o colocou.

Jesus sabe como nos ajudar melhor do que qualquer outro e, portanto é, com justiça, o Supremo Mediador entre Deus e o homem.”

E depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, Jesus teve fome. Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. Jesus, porém, respondeu: “Está escrito, não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus”.

como qualquer outro plano de existência possui uma determinada nota chave básica. Quando certas forças são postas em operação por alguém que conheça as leis superiores, é possível alterar as substâncias e assim até mesmo transformar as pedras em pães. Esse poder transcendental só pode ser usado pra ajudar aos demais e é retirado da pessoa quando essas forças superiores são usadas inferiormente. Cristo Jesus conhecia a fonte do pão da alma e colocou, em sua resposta, Deus e Sua glória em primeiro lugar.

A primeira Tentação de Cristo foi de natureza física ou material. Essa é a primeira das tentações que o neófito deve enfrentar, a dos apetites físicos e das condições materiais como riqueza, poder pessoal, etc. É realmente verdade que, em um estágio futuro, a humanidade não viverá só de pão, mas também da palavra ou poder que procede diretamente de Deus. Ela será capaz de absorver diretamente as energias que provém dos raios do Sol. Sabemos que Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz ingerem alimento físico somente em intervalos de tempo medidos por anos.

Então o diabo o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe disse: “Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: aos seus anjos ordenará a teu respeito, que te aguardem e Eles te susterão nas mãos deles, para não tropeçares nalguma pedra.” Respondeu-lhe Jesus: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor Teu Deus.”

A segunda tentação tem a ver com a mente, com o uso indevido do poder mental. O pináculo do Templo representa a mente e Cristo é solicitado por Satã a focar sua consciência em coisas más ou inferiores para testar Sua capacidade de se proteger do mal. É isso que significa “atira-te abaixo”. Cristo declina em testar seu poder mental desnecessariamente descendo a um nível mais baixo e admoesta Satã por tentar a natureza superior, o Deus interno. Satã simboliza a natureza inferior que esforça em tentar a mente espiritualizada ou consciência a focar em pensamentos ou coisas inferiores.

A segunda tentação, dizendo que o Mestre estava fora de seu corpo, pois o corpo físico não poderia ter acesso à Jerusalém, a cidade santa, que reside na Região Etérea. Nesse nível de consciência, Ele experimentou uma das mais fortes tentações, a da vaidade que adviria dessa sensação de poder. O Mestre venceu essa tentação, respondendo que o Senhor Seu Deus não deferia ser tentado.

Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: “Tudo isso te darei se, prostrado, me adorares.” Então Jesus lhe ordenou: “Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor Teu Deus adorarás e só a Ele darás culto.” Com isso, o deixou o diabo e eis que vieram anjos e o serviam. Um monte muito alto significa um plano espiritual muito elevado. Desse plano muito elevado Ele pode ler os arquétipos do passado, presente e futuro e conhecer o esplendor de muitos mundos. Ele percebe que, se quiser, pode abandonar a vida mais inferior do homem Jesus e evitar a terrível perseguição e crucificação por que terá de passar. Ele está livre para permanecer nos mundos espirituais e para gozar da beleza e da paz espirituais ali presentes. Essa mesma escolha cabe a todo o aspirante à vida superior, realizar seu dever embora ingrato ou gozar das delícias celestiais e não ter o dever cumprido.

Cristo afasta o diabo de Si e escolhe descer aos planos inferiores onde vive a humanidade e realizar Sua Missão. Ele submerge Sua própria Vontade e Seu desejo na Vontade do Pai, por amor e por um Serviço desinteressado. Isso, é claro, atrai o Amor dos anjos, que simboliza o fato de que qualquer sacrifício dessa natureza é sempre abençoado por uma chuva de força espiritual.

Cristo, em Sua terceira tentação, tinha tido acesso ao Segundo Céu, onde poderia ler, na Memória da Natureza, os registros do passado, do presente e do futuro.  Pôde ver assim o caminho de sofrimento e morte na Cruz que Lhe estava reservado se continuasse esse caminho. Por outro lado, pôde contemplar qual seria o caminho da humanidade, de sofrimento e perda que ocorreria caso Ele, o Salvador do Mundo, não cumprisse Sua Missão, intercedendo por nós. Quando superada, cada tentação é um passo conquistado para maiores e mais elevadas realizações, como provou a Vida do Senhor.

Jesus Volta para a Galiléia

Ouvindo, porém, Jesus que João fora preso, retirou-se para a Galiléia e, deixando Nazaré, foi morar em Cafarnaum, situada à beira-mar, nos confins de Zebulom e Naftali, para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaias: Terra de Zebulom, terra de Naftali, caminho do mar, além do Jordão, Galiléia dos gentios! O povo que jazia em trevas viu grande luz e, aos que viviam na região e sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz!

A prisão de João pode indicar que a mente, que João representa, estava firmemente ancorada no corpo. Com a mente assim assentada, o “Cristo Interno”, ou a força que sobe pela medula espinhal, pode prosseguir em sua visita a “cidades” ou partes do corpo que ainda não tenham sido espiritualizadas. Cafarnaum está localizada na costa noroeste do Mar da Galiléia, o que indica que essa força da Vida está sendo levantada no corpo, pois o norte ou o oeste simbolizam as partes superiores do corpo enquanto o este ou o sul simbolizam as partes inferiores.

Cafarnaum também significa consolação e Zebulom uma elevação. Naftali significa minha luta. Esotericamente, portanto, isto significa que através de um esforço, o Cristo Interno ascende à parte superior do corpo, sendo consolado por esse esforço.

A sentença que diz que o povo que jazia em trevas viu grande luz significa que aquelas faculdades que jaziam adormecidas tornaram-se espiritualmente ativas ou iluminadas como resultado da visita da Força Crística. O resto da frase, referindo-se aos que viviam na região e sombra da morte para os quais lhes

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resplandeceu a luz, revela que as faculdades que estavam mortas para as coisas do Espírito agora se tornam espiritualmente vivas.

Daí por diante passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus.

Quando Cristo começa a “pregar” no corpo, o Reino dos Céus está próximo, pois Ele nos diz que o Reino dos Céus está dentro de nós. Os versículos prévios mostram simbolicamente os passos necessários para a formação desse Reino interno. E é verdade que devemos nos arrepender desses pecados que tão facilmente nos desviam do caminho. Se não fizermos isso não teremos sucesso em concluir esse processo de regeneração.

A Vocação de Discípulos

Cristo retornou do deserto para partilhar com os homens Sua Divina Realização. Os corpos de Jesus foram de extrema valia para subsidiar Seu entendimento. Ele retornou ao Mundo para trazer uma nova mensagem do Cristianismo Redentor. Através de um perfeito autocontrole e um absoluto domínio sobre Si mesmo, Cristo Jesus realizou os trabalhos que o mundo chamou de milagres. O principal teor de Seus Ensinamentos estava contido em Suas palavras “O Reino dos Céus está dentro de cada um”.

Jesus, caminhando junto ao Mar da Galiléia viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro e André, seu irmão, que lançavam redes ao mar, porque eram pescadores. Jesus lhes disse: Vinde após mim e vos farei pescadores de homens. Eles então deixaram imediatamente as redes e O seguiram.

Pedro, como André, seu irmão, representam atributos do corpo. Cada discípulo representa um signo e os atributos são influenciados por esses signos. Pedro representa o signo de Peixes e André o de Touro, Quando o Cristo Interno os chama e eles respondem, o trabalho de purificação prossegue com sucesso. A promessa de Cristo de fazê-los pescadores de homens quer dizer que o trabalho futuro de Pedro e André será o de serem libertados das águas das emoções inferiores, já que o peixe significa o homem não regenerado nadando nas águas das emoções inferiores.

O Evangelho prossegue dizendo que Jesus viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu e João, seu irmão, que estavam no barco em companhia de seu pai, consertando as redes e os chamou. Eles, deixando o barco e o seu pai, no mesmo instante, O seguiram.

Tiago representa o signo de Áries e João o de Escorpião. Assim, duas faculdades adicionais do neófito são espiritualizadas.

Jesus percorre toda a Galiléia para pregar o Evangelho e curar as doenças do povo, atraindo assim vários tipos de enfermos e atormentados, sendo por Ele curados. Numerosas multidões O seguiam da Galiléia, Decápolis, Jerusalém, Judéia e de além do Jordão. As pessoas curadas por Cristo representam faculdades que são tornadas vivas e espiritualizadas. Decápolis significa dez cidades que, junto com Jerusalém e Judéia, também mencionadas, formam o número doze. Uma cidade representa um estado de consciência e os discípulos, como já foi dito, representam faculdades dentro de nós. Quando as faculdades respondem à influência de Cristo, as doze condições para a consciência superior são alcançadas.

Cristo escolheu os doze seres humanos mais adequados para participarem de Sua Missão e serem os disseminadores dos novos Ensinamentos quando Ele se fosse.

Os Discípulos são doze e cada um deles se correlaciona a um signo. Discípulos Signos Qualidades Atributos de Caráter

Princípios Cósmicos

O Sermão da Montanha

O Sermão da Montanha contém as Leis do Amor que o ser humano deve inscrever em seu coração e lavrar em sua testa, como disse o apóstolo Paulo. O tema de sua sublime mensagem é o Amor e os pensamentos que o Mestre expressa nele formam o arcabouço de Seus Ensinamentos e de Seu viver. A humanidade ainda não começou a viver esses preceitos espirituais porque ainda não aprendeu que o maior de todos os poderes é o Amor. Só poderemos seguir Seus passos se aprendermos a viver uma vida de amor.

Prosseguindo, Corinne diz que todos os conselhos e admoestações dadas por Cristo requerem o cultivo do transcendente poder do Amor para sua realização com sucesso. Cristo explicou a Seus Discípulos que, de modo a alcançar esse estado de perfeição, eles deveriam aprender a cultivar as qualidades ativas da humildade, da compaixão e da pureza junto com um intenso desejo de justiça e de coragem até mesmo quando sofressem um martírio. com a possível exceção de João e de Judas, cada um deles, após Ele, sofreu o martírio da morte na cruz.

O cumprimento dos Ensinamentos dados por Cristo requer uma total renúncia de si mesmo, um completo autocontrole e o despertar e a plena utilização do Amor como nota chave predominante da vida, ideal elevadíssimo que somente aqueles totalmente consagrados à vida espiritual são capazes de alcançar.

 As massas não estão prontas para os significados esotéricos do Sermão da Montanha; não são nem capazes de recebê-los com o coração. Somente intelectualmente o ser humano contemporâneo pode ter acesso a seus preceitos”.

o Capítulo 7, versículo 29 do Evangelho de São Mateus, que diz: “Ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas”. Completa Heline que Ele as ensinava a partir de Sua própria experiência e não a partir de escritos, como os que meramente repetem o que outros disseram. Cabe aqui uma reflexão de todos nós, estudantes e probacionistas, que estamos nessa mesma condição de apenas podermos repetir o legado dos pioneiros até que tenhamos condição de transmitir verdades espirituais vividas de fato, se a mera repetição dos Ensinamentos é válida. As Bem-aventuranças

“Bem aventurados os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos Céus.” os humildes de espírito representam aqueles que não mostram orgulho ou vaidades por suas conquistas e realizações na Terra, mas que seguem através da vida de forma humilde e modesta, amando e servindo seus irmãos. Os que têm olhos de ver nunca se tornam orgulhosos em espírito, porque estão cientes da majestade e resplendor dos planos superiores e de quanto têm de caminhar e trabalhar para chegarem aos planos mais altos.

A nota chave dessa bem-aventurança é a humildade por parte de quem reconhece o Poder de Cristo de controlar todas as manifestações e fenômenos sobre a Terra. O planeta correlacionado a essa bem-aventurança é Mercúrio, em que a humildade se expressa por meio de uma mente cristianizada.

“Bem aventurados os que choram, porque serão consolados.” todos os que perseguem o caminho espiritual conhecem as dificuldades e os sofrimentos que os fazem chorar enquanto aspiram à vida superior. Esses serão abençoados pelo trabalho feito e reconfortados por seus resultados.

a nota chave dessa bem-aventurança é o ato de confortar. as lamentações dizem respeito somente ao presente estágio de desenvolvimento. A elevação da consciência do ser humano a uma consciência cristianizada trará a Paz que ultrapassa todo o entendimento. O planeta correlacionado com essa bem-aventurança é Vênus, pois o amor é o antídoto do mal.

“Bem aventurados os mansos, porque herdarão a Terra.” a Terra é um Espírito cristalizado, cujas condições se tornarão cada vez mais etéreas e sutis até que alcancemos as condições mais elevadas tais como as que prevaleciam no Jardim do Éden. É essa futura Terra que nós herdaremos, como fruto do esforço coletivo de espiritualização.

A nota chave desta bem-aventurança,  é a mansidão ou a impessoalidade, ou seja, aquela renúncia do ser ganha por meio do Getsêmane e transformada após na consciência da Ascensão. Correlaciona-se essa bem-aventurança com a Lua, que atrai e faz crescer. Nosso Ritual das luas Cheia e Nova para os probacionistas esclarece a importância da Lua no crescimento espiritual.

“Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.” os aspirantes à vida superior desejam ardentemente chegar a essa condição espiritual de plena justiça e estão, portanto, famintos e sedentos por alcançá-la. Assim conseguirão, se permanecerem fiéis aos seus objetivos. a nota chave dessa bem-aventurança é a de se considerar Deus sempre em primeiro lugar, que é um poder do Adepto. O planeta correlacionado a essa bem-aventurança é Urano, um anseio divino para o que é superior. A paixão se torna compaixão, o egoísmo altruísmo, e a meta é a de todos por um e um por todos.

“Bem aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.” os misericordiosos que alcançarão misericórdia representam aqueles que, sujeitos à Lei de Causa e Efeito, serão capazes de agregar aos seus atos um dos maiores valores dados por Cristo, o Amor. É muito comum associarmos a Lei de Causa e Efeito somente à expiação de nossos erros e pecados. Mas essa Lei opera também na retribuição do bem praticado, o que ocorre no Primeiro Céu após a nossa morte. O esforço humano de imitar a Cristo nos leva ao cumprimento da Lei de Causa e Efeito nos seus aspectos mais sublimes, docemente enfatizados por São Francisco na frase “é dando que recebemos”. A nota chave para essa bem-aventurança, é a misericórdia, a compaixão de origem divina que se manifesta em todos os planos. O planeta correlacionado é Júpiter, o planeta da bondade e da benevolência. O raio de Júpiter da misericórdia e da compaixão atrai para o ser benefícios de mesma natureza, confirmando a visão mais elevada acima exposta da Lei de Causa e Efeito.

“Bem aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.” os que têm olhos de ver sabem que somente aqueles que vibram em elevadas e puras freqüências são capazes de se sintonizarem com os mundos celestiais. Não podemos, pois, ter consciência de Deus a não ser que possuamos os seus atributos, representados pelo Amor, pela Verdade e pela Pureza. a nota chave dessa bem-aventurança é a pureza através da transmutação. O planeta correlacionado é Marte, cujo principal trabalho no desenvolvimento espiritual é a transmutação. Lembremos que um dos signos regidos por Marte é Escorpião, o signo da regeneração.

“Bem aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.” o que distingue os estudantes avançados dos demais são o equilíbrio e a paz interiores. Ter a Paz interior é requisito fundamental para poder irradiá-la ao ambiente e aos demais. É quando silenciamos a personalidade e alcançamos a Paz interior é que podemos ouvir a voz silenciosa que nos fala de dentro e mostra que, de fato, somos filhos de Deus. a nota chave associada é a harmonia, a lei subjacente a todos os trabalhos construtivos do Adepto. O astro correlacionado é o próprio Sol. O Sol é a vibração de Cristo sobre a Terra. Só quando o Cristo interno é despertado alcançamos a perfeita Paz.

“Bem aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.” Quando vivemos no Mundo Físico sem a ele pertencermos iremos passar por muitos Getsêmanis. A desarmonia e o egoísmo das pessoas de mente materialista nos fazem sofrer. As atmosferas criadas pela bebida, pelo fumo e por muitas outras condições não condizentes com os valores espirituais serão desagradáveis para nós, contrastando com a beleza do espiritual, que é a meta do aspirante. a nota chave associada é a perseguição, o mais sutil de todos os testes. O planeta associado é Saturno, quando o caminho se torna tão estreito como o fio de uma navalha. Saturno é o látego do sofrimento para o neófito. A coroa de espinhos se torna um halo de radiação somente após a Iniciação.

“Bem aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande vosso galardão nos Céus, pois assim perseguiram os profetas que viveram antes de vós.” Para John Scott, os estudantes do ocultismo sabem que, quando nos afastamos dos anseios comuns cultivados pela maioria, tornamo-nos imediatamente alvos das críticas daqueles dos quais ousamos ser diferentes. Entretanto, devemos aprender a aceitar isso sem ressentimentos e oferecer, em contrapartida, todo nosso amor, sabendo também que aquilo que conquistamos é nosso por merecimento e ninguém nos poderá tirar. Nem mesmo nós mesmos poderemos fazê-lo, pois também temos, em nosso interior, essas “pessoas” que não querem que sejamos diferentes e que formam nossa personalidade. Trabalhemos, pois, pela espiritualização de nossas faculdades ainda impuras, com amor, paz e paciência, até que sejamos capazes de converter toda a nossa “terra”, ou seja, nossos corpos, em templos para a morada de nosso espírito. a nota chave dessa bem-aventurança é o autocontrole, a nota chave dada a cada discípulo dos Mistérios Cristãos. O planeta associado é Netuno, o planeta da Divindade. Quanto mais alto aspiremos, maior a probabilidade de sermos mal entendidos pelos demais. Em contrapartida, a incitação ao regozijo e à exultação sintetiza todas as mais elevadas qualidades de todos os planetas que formam nosso galardão.

Os Discípulos, o Sal da Terra e a Luz do Mundo

Cristo diz aos Discípulos que eles são o sal da terra e se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor. Senão, só serve para ser pisado pelos homens.

o sal representa o Eu espiritual. A terra (o corpo) sem ele é como barro sem vida, que só serve para ser pisado. Com o mau emprego do corpo ele perde seu sabor, ou seja, o seu valor como instrumento do espírito.

Cristo continua dizendo que os discípulos são a luz do mundo, que não se esconde uma cidade edificada sobre um monte nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire. o Eu espiritual é a luz de nosso pequeno mundo, o corpo. A cidade edificada sobre um monte representa um elevado estado de consciência que não pode ser escondida daqueles que têm visão espiritual. Ela é o sinal do Iniciado. Cristo diz que essa luz não deve ser reprimida porque o mundo dela necessita. Ela brilhará por meio de nossas boas obras e levará a muitos um maior entendimento.

Cristo não veio Revogar a Lei

Cristo diz a seguir que não veio revogar a Lei e os Profetas e sim para cumprir.  Cristo afirma claramente que a Lei de Causa e Efeito continuará a ser exercida e será sempre tão boa quanto o foi no passado. Poderemos ser perdoados de nossos pecados, mas teremos que pagar nossos débitos resultantes de ações anteriores. Scott diz que não é válida a interpretação de que, se nós aceitarmos os Ensinamentos de Cristo, nossos débitos serão imediatamente cancelados.

Cristo diz que se a justiça dos aspirantes não exceder a dos escribas e fariseus, jamais entrarão no Reino dos Céus. os escribas representam aqueles que estão apenas preocupados com a letra da Lei, com o seu entendimento formal. Ser justificado, não é o suficiente. Requere-se a CONSAGRAÇÃO a uma vida de serviço.

Cristo afirma a seguir que foi dito aos antigos para não matar. Mas Ele diz então que todo aquele que se irar ou proferir um insulto estará sujeito ao inferno do fogo. Cristo está se referindo ao processo de purgação pelo qual se passa no Purgatório após a morte. É o fogo da consciência que queima dentro de nós quando revivemos as más ações cometidas, tanto após a morte quanto diariamente durante o Exercício da Retrospecção. Cristo diz também que antes de levarmos ao altar nossa oferta devemos nos reconciliar com nosso irmão, pois somente após estarmos em paz com nossos irmãos é que tem sentido entrarmos em nossos ritos religiosos. É importante que se tenha essa reconciliação com o nosso irmão, diz Cristo, para que o adversário não nos entregue ao juiz e sejamos recolhidos à prisão, de onde não sairemos até que paguemos nossa dívida te o último centavo. Essa passagem quer dizer, segundo Scott, que temos que aprender todas as lições que a vida nos ensina em um determinado estágio de nossa evolução para que possamos prosseguir nos estágios seguintes. Scott comenta também que o Exercício de Retrospecção é um valioso instrumento de auxílio para acelerar esse processo.

Cristo diz também que foi dito: “Não cometerás o adultério” e acrescenta que qualquer um que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela. Recomenda então que se o olho direito faz alguém tropeçar, ele deve ser arrancado e lançado fora. Se a mão direita faz alguém tropeçar, ela deve ser cortada e lançada fora. a maioria da humanidade é motivada pelo desejo, sendo os sentidos, que o olho representa, a porta de entrada das tentações. Scott diz que a escravidão dos sentidos é responsável por nossas limitações. A referência à mão direita indica as atividades sob nosso próprio controle, já que a mão direita, esotericamente, simboliza o controle. Cristo com isso enfatiza a seriedade de, deliberadamente, se cometer um pecado. Cristo lembra também que foi dito que aquele que repudiar sua mulher dê-lhe carta de divórcio. Cristo, porém, diz que qualquer um que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera e aquele que casar com a repudiada, comete adultério. A “mulher” simboliza a natureza emocional ou a intuição. A mente, simbolizada pelo que repudia, não deve por de lado a natureza emocional, a não ser quando ela é de natureza inferior, representada pelas relações ilícitas. Qualquer um que se “casa” com essa mulher ou natureza emocional inferior comete adultério ou peca.

“Também ouvistes que foi dito aos antigos, não jurarás falso”, disse Cristo. Cristo, porém, recomenda que de modo algum se faça juramentos. Cristo desejava evitar esse estado emocional indesejável criado, mas somente o próprio Eu Superior.

Cristo cita então a máxima antiga, de “olho por olho e dente por dente”. Mas Cristo recomenda não resistir ao perverso, oferecendo a outra face. Ao que demandar sua túnica, ofereça também a capa. Se alguém obrigar a andar uma milha, vá com ele duas. Cristo cita também o que os antigos proclamavam, de amar o seu próximo e de odiar o seu inimigo. Ele recomenda aos discípulos, no entanto, amar o próximo e orar pelos que os perseguem. Com esses ensinamentos, Cristo quis ressaltar, que mais importante do que aquilo que nos sucede é a nossa reação ao sucedido. O que ganhamos ou perdemos neste mundo físico é temporário. Mas o que acumulamos como tesouro, seja em nosso caráter, seja no Banco Universal, é que permanece. Com esse procedimento recomendado por Cristo, ajudamos também aqueles que nos perseguem, não alimentando seu ódio e, ao mesmo tempo, criando uma atmosfera de boas vibrações que poderão ajudá-los a se tornarem melhores. “o Amor deve sempre mostrar o caminho e a justiça deve ser sempre temperada com a misericórdia, pois de outro modo deixa de ser justiça”.

O Sermão da Montanha (Continuação)

O primeiro deles diz-nos para guardarmos de exercer a nossa justiça diante dos homens, com o fim de sermos vistos por eles, pois, de outra forma, não teremos galardão junto ao nosso Pai Celestial. Quando realizamos uma boa ação, ganhamos um crédito espiritual que resultará em um poder para termos sucesso em nossas conquistas espirituais. Esse crédito fica, no entanto, prejudicado, se o exaurirmos em auto-apreciação ou na expectativa de apreciação por parte dos outros. O realizador de uma boa ação perde, dessa maneira, muito do valor real de sua obra. Cristo nos adverte, pois, para que tenhamos o cuidado em não transmitir a ninguém o feito.

As boas ações, feitas seguindo apenas o desejo de ajudar ou de fazer o bem, envolvem somente matéria das regiões superiores do Mundo de Desejos. A auto-apreciação ou o desejo de reconhecimento pelos demais envolve matéria de desejos da terceira região do Mundo de Desejos, que, segundo o CONCEITO, “abre caminho aos desejos de outras coisas, mas de uma maneira egoísta”. Sabemos que na Terceira Região do Mundo do Desejo temos a presença, embora em menor proporção, da Força de Repulsão, o que ainda confere algum poder de destruição das formas que ali estão presentes. No caso em questão, conforme Cristo nos adverte, a força de repulsão pode fazer com que muito se perca dos créditos espirituais advindos de uma boa obra.

Essa mescla de uma emoção superior com emoções egoístas ou inferiores também é tratada na parábola da cura do paralítico. Na parábola existia um tanque, chamado em hebraico de Betesda, com cinco pavilhões. Em intervalos, um anjo vinha agitar suas águas. A primeira pessoa que entrava no tanque uma vez agitadas suas águas curava-se de qualquer doença. Havia ali um homem enfermo há 38 anos, que nunca tinha sido capaz de ser o primeiro a entrar no tanque. Sempre outro homem entrava no tanque antes dele. Cristo curou o homem e disse para seguir seu caminho e não pecar mais, para que coisas piores não lhe acontecessem.

Os 5 pavilhões representam os 5 sentidos através dos quais há o contato com o Mundo Físico e, conseqüentemente, são despertadas emoções, como resultado desse contato. O anjo que agita a água representa a força espiritual superior que, enquanto fizer parte de nossa natureza emocional, nos cura de todos os males. Assim, enquanto nosso tanque interior de Betesda estiver sendo agitado com altas vibrações ou emoções superiores, nossos males gradualmente desaparecem. Mas o homem na parábola não consegue chegar ao tanque cedo o suficiente. Ele tem momentos de atividade emocional superior, mas antes que disso possa se beneficiar uma emoção mundana, ligada à sua personalidade, simbolizada por outro homem, chega antes dele ao tanque. Isso é comum de ocorrer conosco. Temos um elevado ideal, uma emoção sublime, mas gradualmente uma emoção inferior toma seu lugar e assim voltamos à nossa condição original de esperar que novamente o anjo agite o tanque. Daí, a importância de analisarmos sempre a natureza de nossos desejos e intenções. Pensamos que temos ouro puro, mas na realidade temos muitas vezes uma liga de menor valor. Quando, entretanto, o Cristo interno se forma em nós, Ele cura nossos pecados, como na parábola, mas nos adverte que, se não cessarmos de cometê-los, coisas piores poderão ocorrer fazendo referência à Lei de Causa e Efeito, que diz que colhemos tudo o que semeamos, pois devemos caminhar em harmonia com as leis de Deus.

Essa postura é válida também para quando orarmos, segundo diz o Evangelho de São Mateus em seu sexto capítulo. Não devemos gastar nossos créditos ou méritos cósmicos através de retribuições físicas ou reconhecimento. Se desejarmos ter nossas orações atendidas, não devemos desperdiçar suas forças orando em voz alta para sermos ouvidos ou para termos reconhecido o mérito por nossa piedade. Devemos falar somente para que Deus nos ouça. Cristo deixa claro que é o espírito da oração que conta e não sua duração ou a natureza de suas palavras. Cristo também nos aconselha a procurarmos um local próprio para orar e que não seja usado para outro propósito, de modo a que possamos formar um templo espiritual, cujas vibrações nos aproximem de Deus que está em nosso interior.

A Oração Dominical

Cristo nos legou uma oração que é a oração perfeita, o Pai Nosso, dirigida ao melhoramento e purificação de todos os veículos do ser humano. Ela alimenta e constrói cada parte de nosso ser, tanto espiritual como fisicamente. Os Estudantes da Filosofia Rosacruz têm, no CONCEITO ROSACRUZ, uma explicação pormenorizada de como e porque essa fórmula abstrata realiza esse trabalho em todos os nossos veículos. Após a introdução, “Pai Nosso que estais no Céu”, o Espírito Humano submete-se à Sua contraparte, Jeová, dizendo, “Santificado seja Vosso Nome”. O Espírito de Vida inclina-se ante Sua contraparte, o Cristo, dizendo “Venha a nós o Vosso Reino”. O Espírito Divino ajoelha-se diante de Sua contraparte, o Pai, dizendo “Seja feita a Vossa Vontade, assim na Terra como no Céu”. Então, o Espírito Divino pede ao Pai pelo corpo denso, “O pão nosso de cada dia nos daí hoje”. O Espírito de Vida pede ao Cristo pelo corpo vital, “perdoai as nossas dívidas assim como perdoamos a nossos devedores”. O Espírito Humano pede então a Jeová pelo corpo de desejos, “Não nos deixeis cair em tentação”.  Os três aspectos espirituais do homem pedem então, juntos, pela mente, “Livrai-nos do mal”, o complemento da oração, “Pois vosso é o Reino, o Poder e a Glória, Amem” não foi dado por Cristo, mas é apropriado como uma adoração de partida do tríplice espírito quando encerra sua oração a Deus. tem, portanto, um significado sétuplo, pois as invocações estão relacionadas aos sete veículos do ser humano.

Observa-se que as quatro últimas invocações do Pai Nosso, que não fazem parte da oração do Pai Nosso descrita nos Evangelhos, correspondem às Hierarquias que constituem as humanidades dos Períodos de Saturno, Solar, Lunar e Terrestre (Senhores da Mente, Arcanjos, Anjos e nossa humanidade).

  1. Pai Nosso que estais no Céu, Santificado seja o Vosso Nome, é a invocação do pólo masculino do Espírito, a Vontade, por meio do planeta da Divindade, Netuno, à Hierarquia de Áries, que deu o primeiro impulso da moção. 2. Venha a nós o Vosso Reino, é a invocação do polo feminino do Espírito, a Sabedoria, por meio do planeta da intuição, Urano, à Hierarquia de Touro, que deu o impulso inicial da forma. 3. Seja feita a Vossa Vontade, assim na Terra como no Céu, é a invocação dos dois polos em uníssono ou em atividade harmoniosa, por meio de Mercúrio, à Hierarquia dual de Gêmeos, que deu o padrão ou arquétipo da primeira mistura da vida com a forma. 4. O pão (maná) nosso de cada dia nos daí hoje, é a invocação do polo feminino do Espírito por meio da Lua, o planeta da fecundação, à Hierarquia de Câncer, que despertou no ser humano o poder da imaginação. 5. Perdoai as nossas dívidas, é a invocação do polo masculino do Espírito, por meio do Sol, o astro da Luz, à Hierarquia de Leão, os Senhores da Chama, que despertou o poder da Vontade no ser humano. 6. Assim como perdoamos a nossos devedores, é a invocação do duplo poder em uníssono por meio de Mercúrio, o planeta da Sabedoria, à Hierarquia de Virgem que deu, através da pureza, o padrão do corpo vital. 7. Não nos deixeis cair em tentação, é a invocação da natureza de desejos por meio de Vênus, o planeta do Amor, à Hierarquia de Libra que deu, através do Amor, o padrão do corpo de desejos. 8. Mas livrai-nos do mal, é a invocação do corpo físico, através de Marte, o planeta da ação, à Hierarquia de Escorpião, que deu o primeiro arquétipo da forma para o ser humano em evolução. 9. Pois Vosso é o Reino, é a invocação da mente por meio de Júpiter, o planeta da aspiração à Hierarquia de Sagitário, que deu ao ser humano o poder da mente. 10.O Poder e a glória, é a invocação do triplo espírito do ser humano à Hierarquia de Capricórnio, por meio do planeta Saturno. 11.Para sempre, é a invocação do triplo espírito do ser humano à Hierarquia de Aquário, por meio do planeta Urano. 12.Amém, é a invocação do triplo espírito do ser humano à Hierarquia de Peixes, por meio do planeta Júpiter, apontando para o homem perfeito ao final do Período Terrestre.

Ao dizer que, se perdoarmos aos homens e suas ofensas, o nosso Pai Celestial nos perdoará, Cristo faz referência à Lei de Causa e Efeito, segundo John Scott. Devemos dar nosso amor e nosso perdão se quisermos receber em troca amor e perdão. Mas também devemos retribuir o equivalente à nossa dívida em serviço desinteressado, quando atingirmos o estado de consciência que nos levou a perdoar.

O mesmo conselho dado por Cristo para como fazer boas ações é dado também para como jejuar. John Scott interpreta do mesmo modo que Cristo nos alerta para não buscarmos créditos físicos para atos ou sacrifícios espirituais, pois assim perderemos nossos créditos cósmicos e nossas recompensas espirituais.

Os Tesouros no Céu

A admoestação de Cristo para que não juntemos tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem corroem ou os ladrões roubam e sim nos Céus, demonstra que não podemos servir a dois senhores. A vida é uma luta entre o físico e o espiritual. Somos apenas administradores de toda a matéria física que usamos até deixarmos esta vida. Até os átomos de nossos corpos, após nossa morte, são devolvidos à sua forma original. Somos por Ele advertidos que devemos centrar nossas mentes e corações nos assuntos espirituais, que são os permanentes. Assim procedendo, estaremos levantando as forças vitais para cima, iluminando os centros espirituais na cabeça, o “olho” que, por sua vez, iluminará todo o corpo.

Os Dois Senhores

Cristo enfatiza não podermos servir ao mesmo tempo a dois senhores, a Deus e a Mammom. Mammon simboliza a materialidade ou a natureza emocional inferior que, quando subjuga a mente, não deixa espaço para que o Espírito possa controlar a mente deixando esta, desse modo, de servir ao Deus Interior.

A Ansiosa Solicitude pela Vida

Cristo fala, nos versículos do Capítulo que tratam da ansiosa solicitude pela vida, da importância do corpo espiritual, denominado de “soma psuchicon” por Paulo. A interpretação de John Scott é a de que esse corpo espiritual é glorioso quando comparado com o físico. Esse corpo será nosso próximo veículo de consciência com o qual trabalharemos quando vivermos a vida espiritual. As aves do céu representam os pensamentos. O Pai Celestial alimentando esses pensamentos indica que Ele nos dará sabedoria nos reinos celestes. A seguir é dito que, como os lírios do campo, nós estaremos vestidos com um novo traje resplandecente, resultante de nossa opção por viver uma vida de serviço.

Cristo nos recomenda a buscar primeiro o Reino de Deus e tudo o mais virá por acréscimo. O Reino de Deus está dentro de nós. Se buscarmos esse Reino e conseguirmos adquirir o poder que advirá dessa conquista, poderemos obter qualquer coisa que queiramos. Mas quando atingirmos esses estado de desenvolvimento, nunca usaremos esse poder para benefícios pessoais ou egoístas e sim para ajudar aos demais.

Cristo finalmente nos diz que não precisamos nos inquietar com o dia de amanhã, pois “o amanhã trará os seus cuidados”. Ele nos diz, simbolicamente, que o amanhã será cuidado pela Lei de Consequência. Devemos nos preocupar com o AGORA, pois ele determinará o futuro. Isso não quer dizer que não nos precisemos planejar nosso futuro, pois as decisões que tomemos em relação a esse planejamento serão também tomadas no momento presente, com reflexos sobre o futuro, exatamente como age também a Lei de Causa e Efeito.

CAPÍTULO 7

O Sermão da Montanha (Final)

Não Fazer Juízo Temerário

Não julgueis, para que não sejais julgados. John Scott interpreta que essa afirmação que Cristo faz, repetidas vezes, enfatiza a importância da Lei de Causa e Efeito. Ele não veio para eliminar a Lei, mas para preenchê-la de modo positivo espiritual, ajudando-nos a fazer o bem através das boas ações e dos bons pensamentos, que reverterão para nós em crescimento da consciência espiritual.

Questiona também por que vemos o argueiro no olho de nossos irmãos e não percebemos a trave que está no nosso próprio olho. O CONCEITO e as lições de nosso Curso Preliminar nos ensinam a buscar o bem em todas as coisas, pois, com o tempo, o mal será transmutado em bem. Cristo nos alerta, assim, para o efeito destrutivo da força de repulsão. Ao buscarmos o bem, no entanto, a força de atração age no sentido construtivo. Em seus Ensinamentos, quando vemos muitos erros em nossos irmãos, algo não está certo conosco mesmo, pois é a nossa aura que nos faz ver muitas coisas erradas, pois o erro está em nós mesmos.

O Cuidado na Transmissão dos Ensinamentos

Cristo também alerta para a maneira pela qual devemos transmitir Ensinamentos aos outros, ao dizer que não devemos lançar aos cães o que é sagrado, nem pérolas aos porcos. Assim, os Ensinamentos devem ser transmitidos levando em conta o nível de entendimento de quem ouve, pois, ao não compreendê-los, pode ser criado um antagonismo e os ouvintes voltarem-se contra a Doutrina. Jesus Cristo, Ele mesmo, sofreu o martírio nas mãos das massas ignorantes e também dos sacerdotes ciumentos para os quais Seus Ensinamentos eram demasiado elevados.

Cristo nos Incita a Orar

Cristo recomenda que nós devemos pedir e nos será dado. Devemos pedir a Deus tanto interna quanto externamente, pelas coisas espirituais que necessitamos. Ele não se referia às coisas materiais, pois estas nos virão naturalmente através da Lei de Causa e Efeito. Cristo nos exalta a buscar que encontraremos. Isso significa que, seguindo um intenso desejo de realização espiritual, devemos realizar as atividades necessárias à sua consecução, tendo o Espírito Interno como guia. Quando sinceramente buscamos a iluminação espiritual e assim nos aproximamos de Deus, trazemos até nós o Divino Poder que rompe o véu que nos separa dos mundos celestiais.

Qual o pai que dá ao filho uma pedra, quando ele pede por pão ou uma serpente, quando ele pede por peixe, diz Cristo. Esotericamente, pedir por pão significa pedir por oportunidades para trabalhar na vinha do Senhor, pois o pão simboliza o resultado de um trabalho de natureza espiritual. A pedra significa cristalização, que é o oposto do pão. A simbologia do peixe e da serpente está ligada ao uso das forças criadoras. O peixe, o signo que encerra um ciclo, simboliza o uso das forças criadoras para a procriação ou para o crescimento espiritual e a serpente, o mal gastar dessas forças para o prazer ou para as emoções inferiores.

As Duas Portas

Cristo nos recomenda escolher a entrar pela porta estreita que leva à vida e não a entrar pela porta larga que leva à destruição. A porta estreita é a coluna vertebral pela qual deve subir a Força da Vida que ilumina o ser, enquanto que a porta larga é o desperdício da força criadora que a maioria da humanidade tem feito. São poucos os que, portanto, escolhem a porta estreita.

Os Falsos Profetas

Cristo nos recomenda acautelarmo-nos dos falsos profetas que se apresentam disfarçados em ovelhas. Pelos seus frutos os conheceremos. A ovelha é um símbolo de pureza, mas não devemos aceitar um Ensinamento por sua pretensa inocência e sim examinar e estudar a vida dos que o professam. Os frutos são o resultado do trabalho desses que se dizem profetas que só serão bons se esses frutos também o forem.

Cristo também adverte que toda a árvore que não produz bons frutos deve ser lançada ao fogo, fazendo referência ao período de tempo que passamos no Purgatório submetidos ao fogo de nossa consciência.

A Casa sobre a Rocha

Cristo compara aquele que ouve Suas palavras a um homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha, enquanto que aquele que não ouve Suas palavras se comporta como o homem insensato que edificou sua casa sobre a areia e vieram as chuvas e os ventos e a derrubaram. Cristo está se referindo a casas espirituais. Temos em nossa cabeça uma glândula conhecida como glândula pineal, que no homem comum tem a consistência de areia. O aspirante que levanta sua Força Vital pela coluna até a cabeça, promove a transformação dessa matéria de consistência arenosa em uma pedra sólida, a Pedra Filosofal ou Pedra Branca. Quando o indivíduo se assenta nessa rocha, as águas revoltas das emoções inferiores não o abalam, nem os ventos destruidores dos pensamentos inferiores.

O Fim do Sermão do Monte

Ao final do Sermão, diz o Evangelho que as multidões ficaram maravilhadas com a Doutrina ensinada por Cristo, é natural que as pessoas que ouviram a Cristo ficassem assim maravilhadas. Essas pessoas eram capazes de sentir que havia, nesses Ensinamentos, mais do que poderiam entender. De fato, nenhum escriba poderia falar como esse homem, que ocultou o caminho da Salvação e outros Mistérios profundos da Vida sob as histórias simples que Ele narrou. esse entendimento, ao afirmar que essas verdades ocultas não eram para as multidões, citando o versículo 29 desse Capítulo, que diz: “Ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas”, já que Ele o fazia a partir de Sua própria experiência.